Era fácil pra qualquer um daqueles falar o que pensava sobre qualquer assunto. Apontar, exigir e reclamar do que não estava certo nos outros, quando por vezes, não sabiam entender onde erravam diariamente. Você quer um amor pra vida inteira? Por que foge de quem te quer amar? A culpa? De ninguém.
Quem aqui não quer um abraço? Um afago? Mas de verdade. Nada de abraços tortos, beijos rasos, carinhos pela metade. Mas quem aqui é capaz de fazer isso por alguém?
No mundo das correrias, da troca rápida, da falta de paciência, da facilidade, do clique, do cardápio humano, ninguém tem mais paciência com nada e muito menos com ninguém. Por que entender o outro? Por que esperar? Por que conhecer? Por que descobrir aos poucos? Por que sentir de verdade o que sentimentos são capazes de transmitir ao teu corpo físico? Ah, nada disso importa!
Um salve à perfeição! Aos belos corpos, aos belos contextos! Discurso de um feio e deslocado diriam os oportunistas. Ah, como eles gostam de discursos dos seus direitos. Vou gritar ao mundo, exijo, reprimo, crítico, ironizo, assim é que é.
Mas será que o meu vizinho tem sentimento? Será que ele chora? Fica magoado? Sofre?
E não venham dizer que a culpa é da vítima. Ora, vítimas criam oportunidades óbvias e imaturas, já os oportunistas, eles se deleitam.
Ele decidiu que continuará deslocado e que fodam-se os oportunistas!
Ele realmente não serve para ser opção, não tratava ninguém como produto e dava-se ao direito de querer o mesmo.
por Charle Oliveira