domingo, 26 de julho de 2015

não é porque é o dia da vovó, é bem maior do que isso

Sabe, eu ainda guardo no meu computador os áudios que gravei contigo, aquelas canções gaúchas que nós gostamos tanto, carregadas de poesia, lembra?
Pois é, são elas e fazem 5 anos que não as escuto, eu tenho medo, medo de ouvir e não saber lidar com a saudade que vai chegar. As coisas por aqui não são tão difíceis quanto a gente achou que ficaria com o tempo, mas também não são as mais fáceis, principalmente quando falamos em sentir.
Eu sei que tu não fostes a mulher perfeita que o mundo exigiu, e foi aí que eu mais aprendi, aprendi a respeitar o diferente, o torto e sobretudo os erros das pessoas, afinal passamos por aqui para ficarmos um pouco melhor não é? É duro quando nos apontam, e quando parece que a culpa de tudo recaí sobre a gente, mas sabe, eu acho que isso só acontece com quem tem coragem de suportar esse peso. Aprendi contigo a respeitar e a não odiar ninguém, muito menos aqueles que nos fazem maldade.
É difícil, não é todo mundo que entende isso, que entende que não precisamos esperar o melhor das pessoas, seus acertos, ou ainda mais difícil pra quem usa isso como desculpa pra fazer tudo errado.
Obrigado por ter me encontrado, nestes cinco anos, duas vezes em dois sonhos que eu jamais vou esquecer, com duas importantes marcas: com luz e com sorriso. Foi o suficiente pelas suplicas de notícias que me invadiam os pensamentos diariamente. 
Não é pela tua falta no dia da vovó que estou tão nostálgico assim, é pela falta da ligação diária de quem se importava de saber como eu estava, assim como a mãe e o pai fazem sabe? 
O que me conforta é que eu não esperei pra amanhã pra sentar no seu colo, te levar à praia, colocar brincos para ir ao baile, fazer cócegas no seu nariz quando cochilava e nem agradecer pelo arroz com cheiro verde que você fazia pra mim.

Vou tentar sempre melhorar tá?
Beijo Vó

por Charle Oliveira

terça-feira, 21 de julho de 2015

teatrar

Não sabia exatamente o que falar, então deixo apenas a foto dos meus pequenos artistas e as palavras de Fernando Pessoa ou seria de Álvaro de Campos.

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(Nota: Trecho adaptado do poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa)

sexta-feira, 17 de julho de 2015

O BEM É UNIVERSAL - o que é essencial é invisível aos olhos

 

Eu sei que hoje preciso escrever, mas não consigo nortear uma linha de raciocínio clara. Talvez não tenham aqui linhas com algum sentido, quero apenas falar ou melhor, escrever. Acho que aqui é um canto em que faço um presente de mim para mim, mesmo soando um pouco egoísta, não é. Ou seja, que eu entenda meus pensamentos.
Como me faz triste ver a falta de carinho e compaixão à minha volta, chegam até mim muitas histórias que comovem minha alma e me fazem compadecer junto com o sofrimento de quem eu gosto, só eu sei o quanto. Quem não está farto de cinismo, maldade e perversão? A diferença está em o que podemos fazer com esta insatisfação. Podemos apenas reclamar e deixar que tudo continue acontecer ou temos a opção de fazer a nossa parte, parece utópico, fantasioso ou mágico demais pensar desta forma, mas pra mim não é. Já quiseram me fazer acreditar que eu estava errado ou que eu era sonhador demais, eu quase acreditei, por sorte deixei meus pés voarem. Já até deixei um emprego por este motivo, queriam desacreditar que minha arte (ou melhor nossa, pois o líder que fez esta afirmação, também trabalha há anos na área artística) fosse capaz de tocar o público. Sim, eu deixei o emprego, talvez nem ele saiba o real motivo da minha saída, não fiz questão de discutir ou impor minha opinião, apenas entristeci com alguém que faz arte e acredita apenas no dinheiro, essa não é a minha arte.
Enfim, não deixem que te tirem a tua realidade, vitalidade e humildade ou suguem sua verdade interior, ela é o bem mais precioso que temos e como disse Antoine de Saint-Exupéry em seu O Pequeno Príncipe - o essencial é invisível aos olhos. 
Como sou grato e feliz por ainda encontrar corações bondosos na minha jornada, e que esses acontecimentos sejam transbordantes dia após dia. Ressentimento hoje não carrego nenhum, apenas bons desejos à todos que tive o prazer de conhecer. 
Percebo a cada Sol e a cada Lua que minha jornada é solitária, que talvez meu idioma seja quase um hieróglifo, mas caminho com uma solidão cheia de almas boas que passam e seguem seus próprios destinos. Seguimos todos semeando o bem, pois ele é universal e sem custo algum. 

Mais carinho e "MENAS" dor.

"Eu não posso brincar com você, ainda não me cativaram. Mas se você me cativar, então vamos precisar um do outro"

por Charle Oliveira