segunda-feira, 25 de junho de 2018
QUANDO SEU PROFESSOR TE SURPREENDE
É isso mesmo, comecei sem querer uma série nova de textos por aqui, a sessão "QUANDO". Tenho percebido nos últimos tempos a importância dos quandos da nossa vida, talvez sejam eles que nos ajudam a superar e melhorar coisas que precisamos e não nos damos conta.
Em meio a um caos chamado TCC, que já teve seu processo iniciado tive a brilhante (mentira, foi necessidade mesmo) ideia de cursar minha última disciplina de projeto, o temido Projeto V, e sim ele é bem tenso. A disciplina em si já é bem desafiadora, afinal não é todo dia que você precisa projetar um produto não é mesmo? Se não bastasse a complexidade disso, temos ainda um personagem bem peculiar que conduz essa disciplina: o professor Scarpa (acho que ele nem sabe que o chamo assim).
Eu já tive o prazer de ter mais outras duas disciplinas com ele. De forma simples é assim: tem gente que o odeia e tem gente que o ama, porém um detalhe é indiscutível, ele é um baita professor, dono de uma mente incrível. Um grande designer e gestor. Falando em gestor minha última disciplina com ele foi Gestão do Design e isso tem alguns anos. Foi ao término dessa disciplina que eu decidi trancar a faculdade e mudar de estado e isso durou dois anos e meio.
Me recordo que na época eu já estava ponderando essa possibilidade, mas tinham muitas dúvidas em jogo no processo todo, em um certo dia numa das aulas ele nos passa um vídeo e em seguida conta um pouco da história dele que é inspiradora. Ao cair algumas fichas de coragem, ao término da aula eu pedi pra conversar um pouco com ele, expus meus questionamentos, ele muito sábio me ouviu atentamente como sempre faz em aula e me deu alguns conselhos que foram grandiosamente uteis e assim eu segui.
Lembro que um ano depois da mudança teve um dia que eu escrevi pra ele, agradecendo profundamente pela nossa conversa e que apesar das dificuldades eu estava feliz de ter feito esta escolha e me sentia tranquilo por isso. Resumidamente, depois de dois anos e meio eu voltei pra minha cidade e retomei o meu curso, meus antigos colegas já estavam quase todos formados e eu tinha saudades deles, o curso já tinha sido reformulado, algumas disciplinas que eu fiz já nem existiam mais na grade curricular, enfim era uma outra fase. E eu aprendei muito nesta outra fase e aliás ainda estou aprendendo.
Numa das últimas aulas em que ele fazia o assessoramento dos nossos projetos eu fiz uma pergunta e ele me respondeu seguido de uma conversa aleatória, quando ele solta o seguinte: sim, inclusive eu te uso como exemplo nas minhas aulas.
Eu devo ter ficado bem pálido na hora, e de verdade meu ego não inflou por isso, a pergunta que não queria calar na minha cabeça é o por que ele fazia isso em aula. Eu não tive coragem de perguntar, fiquei com vergonha. Mas ele completou, e isso me deu uma indicação do que poderia ser, ele pegou a ata da chamada e verificou o ano em que eu comecei: 2007, tá aqui Charle. Tu começou em 2007, e tu lembra que eu pude acompanhar todo teu processo né, e isso foi bem legal.
Bem provavelmente ele fazia referência ao fato de eu ter trancado o curso, ter mudado de estado e dedicar minha vida profissional a arte e depois de tantas coisas ter retomado e enfim concluir. Na volta da faculdade, passei a viagem toda refletindo sobre isso e como aquilo bem simples tinha me afetado positivamente.
Isso serviu pra eu me orgulhar ainda mais da minha história, serviu pra que nos momentos difíceis eu saiba erguer minha cabeça mesmo quando vem algumas pedras na minha direção, por que de verdade o mais importante na vida é sermos protagonistas daquilo que escrevemos e dos lugares por onde a gente passa. Então mais uma vez eu limpo as feridas, coloco minha mochila nas costas e sigo a diante pela minha estrada.
sexta-feira, 8 de junho de 2018
QUANDO SEU AMIGO HÉTERO DIZ QUE TE AMA
Sim, eu tenho uma infinidade de coisas para escrever aqui, principalmente quando o assunto é escrita solta e sentimento, coisas que costumeiramente aparecem no blog, porém o título desta postagem diz tudo sobre algo bem bom que aconteceu comigo e gostaria muito de compartilhar.
Antes também é importante agradecer aos leitores que têm me dado um retorno sobre as postagens, seja com criticas ou elogios, além daqueles que se identificam com as minhas humildes linhas e fazem questão de me pontuar em quais textos se enxergaram, obrigado de verdade!
Você pode estar pensando ao ler este titulo, num ponto de vista negativo, que isso deveria ser uma atitude comum e não motivo de comemoração. E você está coberto de razão, mas este pensamento não pode ser maior do que a satisfação de ver que as coisas podem ser melhores e mais, que podem ser propagadas. Tem um pensamento que eu sempre repito de que fazer o bem não tem limites e muito menos precisa ser segregado, não estou querendo ser o mestre da bondade, apenas penso assim (mas depois eu falo mais sobre esta parte).
Semana passada durante nosso tradicional encontro que desta vez não era churrasco, mas uma bela pizza (ai dieta!), tá bom, eram duas pizzas. Nós (dois héteros e eu) debatíamos sobre tantas coisas que não vou lembrar detalhadamente, mas transitou entre política à relacionamentos, passando por trabalho e análises comportamentais. Antes de escrever eu me certifiquei que isso não aconteceu devido ao nível alcoólico hahaha, bebemos sim, mas nada de exageros.
Lá pelas tantas no meio de todo fervor do debate onde os três falavam ao mesmo tempo e em voz alta, um dos meus amigos (hétero, mas cara hétero de carteirinha e certificado sabe?) solta um:
- meu, cara, eu amo o Charle (olhou pra mim) cara eu te amo sabia!
Parei por alguns segundos (um filme começou a rolar na minha cabeça, eu vi que meus amigos héteros sempre estiveram ali, não tinham vergonha de sair pra festas comigo, muito menos sair à dois pra comer alguma coisa e parecer um casal gay, que quando eu ainda não compreendia minha orientação sexual mantiveram-se ao meu lado e que notavam quando eu estava triste e ofereciam uma conversa), fiquei emocionado, mas não demonstrei, por que se não eles iam dizer que isso é coisa de bicha HAHAHA.
Olhei pro meu amigo e ele estava com a mão estendida na minha direção, peguei na mão dele, ele me deu um abraço meio de lado e eu fiquei sem palavras, mas agradeci ainda meio envergonhado eu confesso.
Foi nesse momento que meu outro amigo colocou a mão dele sobre as nossas e não falou nada, apenas fez um som como: é isso ai!. Nos entre olhamos e percebemos que com toda aquela diferença, mas também com muita semelhança nos amávamos muito e isso era perceptível pela energia que pairava no ambiente.
A energia de amor é uma energia transmutadora, capaz sim meus amigos de mover montanhas, a gente que as vezes não dá importância pra isso, pelo resto da noite continuamos nossos assuntos e eu até pude, por abertura dele, dar algumas opiniões sobre acontecimentos recentes da vida que o deixavam triste e que eu já tinha percebido há anos.
Eu sei que pode parecer banal pra você tudo isso que escrevi, mas pra mim foi algo tão importante, que eu simplesmente compreendi a resposta do Universo às minhas dúvidas daquela semana. Não estou dando moral de cueca, apenas sou uma ferramenta e não um exemplo.
Se você tem isso também, amplie. Se você não tem, construa
Propaguem amor, sem restrições.
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