Sabe, hoje foi um dia atípico e mais uma vez compreendo que tudo no universo está conectado. Bem, vou te explicar:
Ele andava como sempre, observando as coisas pequenas das ruas, do céu, das casas e foi aí que viu o cão, cão cansado, velho, caído, levando no caminhar de cada uma de suas quatro patas o peso da sua idade, idade que é diferente pra nós. Acompanhando os passos do velho cão ele lembrou de tardes frias de inverno, de uma esquina, na calçada de pedras quentes. Era lá que ele sentava para se aquecer toda vez que saía do trabalho, em poucos minutos um cão caramelo com apenas uma das patas brancas, como se usasse uma meia, sentava-se em sua frente como quem pede por carinho. Ele um autentico "cachorreiro", não exitava em passar os dedos em seu pêlo grosso, o cão franzia os olhinhos de alegria, ficava um pouco por ali e depois se despedia, ele parado, em silêncio pedia que os dias melhorassem.
O cão velho, o cão da patinha branca, um só, um peso, uma vida. Vida cheia de amor. Ele confessa que ficou com os olhos marejados mais cedo ao encontrar o cãozinho de cor caramelo depois de tantos anos, mesmo não sabendo seu nome sentia o peso do seu estado físico, mas sentia amor.
No mesmo dia em que pensava sobre o amor sincero de um cão de uma patinha branca, teve a sensação de ser menos amado. Diferente de outros dias, ele sabia que voltaria naquela noite, sozinho depois de estudar, na verdade ainda tinha um fio de esperança de que a frente de qualquer mau entendido, seu caráter era mais valioso. Naquela noite não. Com as mãos no bolso e os fones nos ouvidos, encarando de frente o vento gelado, naquele instante não era preocupação de ninguém se era perigoso caminhar sozinho aquela hora da madrugada ou se seus ouvidos aguentariam aquele frio sem doer, só lembrava o calor de um abraço. Sem entender muito bem os pesos e medidas que cada um impõem em suas vidas, ele chegou em casa, fez um chá quente e procurava alguma coisa para distrair-se. E encontrou o plano ideal: "Marley e Eu", sim ele nunca havia assistido, porem aguardava um momento "especial" pra isso, por fim encontrou.
No meio de tantos pesamentos, era inevitável não lembrar do Baleiudo, principalmente nas cenas finais em uma mesa cirúrgica, tinha sido pra ele assim também. O Baleiudo o acompanhou por 11 anos, onze lindos anos. O viu crescer, sorrir e chorar claro. Depois de seus pais, o Baleiudo foi o único que se manteve ao se lado, fiel, amável, sob sol ou chuva, raiva ou amor, medo ou coragem. Sua partida foi triste e deixa saudades.
E sobre a conexão: aprenda, as pessoas falham mesmo quando amam. Aprender com um cão o verdadeiro sentido do amor é o maior desejo que um ser humano pode querer.
Assim como o filme diz, um cão não vê utilidade em carros elegantes, nem em casarões, nem em roupas de grife. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, talentoso ou sem graça, inteligente ou burro. Dê a ele o seu coração e terá o dele.
Quantas pessoas o fazem sentir-se único, puro e importante? Quantas pessoas o fazem sentir-se extraordinário assim?
Mesmo sob qualquer circunstancia, ame e faça o amor ter o peso maior, pois é assim uma vida de cão.
por Charle Oliveira
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