Eu vivo repetindo por aí o quanto situações inusitadas me acontecem, sério as vezes eu penso que se ouvisse minhas próprias histórias de outras pessoas, talvez nem eu acreditaria.
Bom, como é normal a quem vai para a praia, hoje minha amiga e eu encontramos um bom lugar na areia e estendemos nossas cangas para deitar e relaxar em baixo daquele sol belíssimo aqui de Punta Cana. Passado um tempo virei de bruços para bronzear um pouco as costas também, então pude perceber a minha frente um casal jovem, eles estavam a alguns metros, deviam ser alemale, americanos ou russos talvez. Como estavam bem na minha frente foi impossível não notar o carinho daqueles dois, era um amor de se ver.
Ambos tinham a pele extremamente branca, ela parecia se incomodar mais com o sol e estava toda coberta com uma toalha, ele tirava o boné do rosto da moça e lhe dava alguns beijos rápidos, uma graça só, teve o momento da sessão de fotos que é sempre muito engraçado, depois ora ele ia para o mar sozinho, ora a vez dela, provavelmente revezavam o banho de mar para assegurar a proteção de seus pertences. Toda a vez que ela ia, ele ficava a admirando de longe com um sorriso bem extenso no rosto.
Um tempo depois pararam a minha frente, mas na beira do mar, um casal de amigos, um homem e uma mulher na faixa de seus 55-60 anos, os dois eram gordinhos e igualmente claros, estes sim eram tipicamente americanos, muito engraçados, um largava todas as coisas em ambos os braços do outro e fazia uma pose para a foto, brincavam e faziam caretas para as fotos, eram extremamente carinhosos um com o outro, fizeram sua sessão e seguiram caminhando na beira mar.
A quantidade de idosos aqui é impressionante, não era raro ver casais bem idosos passeando e banhando-se nas águas caribenhas. Como deve ser bom envelhecer aceitando suas rugas, os cabelos brancos e a gravidade do corpo com estes anos que chegam, eu só conseguia pensar nisso quando via os vovozinhos passeando de mãos dadas, certamente envelhecer ao lado de um cúmplice de amor deve ser ainda mais incrível.
SerS que no ano que vem o casal jovem estará junto ainda? Se sim, será que o carinho deles será mantido? Quais serão os obstáculos que amor deles passara?
A amizade dos americanos perdurará até o fim da vida deles? Vão segurar a mão um do outro até o fim? E os velhinhos? Como foram suas histórias? Suas vidas?
Sim amigo, eu entro numa nóia ou quase em parafusos quando começo a pensar sobre isso, fico a um passo de um vazio existencial gigantesco que engole minha alma eemeu coração, revisito toda a minha vida, me centralizo no presente novamente e boom! Desde a minha infância isso é recorrente e é engraçado por que estes vazios complexos não combinam com uma criança, de qualquer forma eu também nunca fui muito normal mesmo.
Para tentar explicar essa sensação eu sempre digo que é como se eu estivesse no espaço, sozinho, na escuridão e eu fosse a única claridade na vastidão, eu flutuo sem tocar os pés no chão, me sinto complemente sozinho, mas não fico triste, apenas sem expressão.
E é nessa hora enquanto sinto tudo isso, ali deitado de bruços na praia que uma criança se aproxima, um garotinho especificamente, de seus possiveis 6 ou 7 anos, loirinho, de olhos claros, ele estava caminhando junto com sua mãe e seu irmãozinho um ano mais novo talvez, que usava uma espécie de bota ortopédica ou talvez fosse uma perninha mecânica, não tive certeza, pois só percebi depois. Estavam à alguns metros longe de mim, caminhando proximo ao mar, notei que ele falava algo com sua mamãe, se desprendeu da mão dela e veio em minha direção, estendeu a mãozinha e me entregou uma nota de 10 dólares de brinquedo, disse que era um regalo para mim, confesso que fiquei sem ação e completamente emocionado, consegui agradecer e trocar algumas palavras, ele deu tchau e foi embora.
Eu não sei exatamente por que isso aconteceu. O que a criança pensou ao ter essa atitude? Porque escolheu a mim na vastidão daquela praia? Posso afirmar com toda certeza que essa situação me fez não me sentir tão intimamente sozinho com meus próprios sentimentos. O carinho é a forma mais doce de demonstrar afeto e amor para alguém. Voltarei ao Brasil com um amuleto que pretendo levar pra sempre na minha vida, 10 dólares de carinho.
A quantidade de idosos aqui é impressionante, não era raro ver casais bem idosos passeando e banhando-se nas águas caribenhas. Como deve ser bom envelhecer aceitando suas rugas, os cabelos brancos e a gravidade do corpo com estes anos que chegam, eu só conseguia pensar nisso quando via os vovozinhos passeando de mãos dadas, certamente envelhecer ao lado de um cúmplice de amor deve ser ainda mais incrível.
SerS que no ano que vem o casal jovem estará junto ainda? Se sim, será que o carinho deles será mantido? Quais serão os obstáculos que amor deles passara?
A amizade dos americanos perdurará até o fim da vida deles? Vão segurar a mão um do outro até o fim? E os velhinhos? Como foram suas histórias? Suas vidas?
Sim amigo, eu entro numa nóia ou quase em parafusos quando começo a pensar sobre isso, fico a um passo de um vazio existencial gigantesco que engole minha alma eemeu coração, revisito toda a minha vida, me centralizo no presente novamente e boom! Desde a minha infância isso é recorrente e é engraçado por que estes vazios complexos não combinam com uma criança, de qualquer forma eu também nunca fui muito normal mesmo.
Para tentar explicar essa sensação eu sempre digo que é como se eu estivesse no espaço, sozinho, na escuridão e eu fosse a única claridade na vastidão, eu flutuo sem tocar os pés no chão, me sinto complemente sozinho, mas não fico triste, apenas sem expressão.
E é nessa hora enquanto sinto tudo isso, ali deitado de bruços na praia que uma criança se aproxima, um garotinho especificamente, de seus possiveis 6 ou 7 anos, loirinho, de olhos claros, ele estava caminhando junto com sua mãe e seu irmãozinho um ano mais novo talvez, que usava uma espécie de bota ortopédica ou talvez fosse uma perninha mecânica, não tive certeza, pois só percebi depois. Estavam à alguns metros longe de mim, caminhando proximo ao mar, notei que ele falava algo com sua mamãe, se desprendeu da mão dela e veio em minha direção, estendeu a mãozinha e me entregou uma nota de 10 dólares de brinquedo, disse que era um regalo para mim, confesso que fiquei sem ação e completamente emocionado, consegui agradecer e trocar algumas palavras, ele deu tchau e foi embora.
Eu não sei exatamente por que isso aconteceu. O que a criança pensou ao ter essa atitude? Porque escolheu a mim na vastidão daquela praia? Posso afirmar com toda certeza que essa situação me fez não me sentir tão intimamente sozinho com meus próprios sentimentos. O carinho é a forma mais doce de demonstrar afeto e amor para alguém. Voltarei ao Brasil com um amuleto que pretendo levar pra sempre na minha vida, 10 dólares de carinho.
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